domingo, 29 de junho de 2008

Trauma do Maracanazo atormentou na final de 1958, diz Zagallo

MARCELO FREIRE
Colaboração para a Folha Online

Cinqüenta anos após a conquista da primeira Copa do Mundo para o Brasil, na Suécia, o ex-ponta-esquerda Zagallo admite ter pensado que o fracasso da seleção oito anos antes, no próprio país, atormentou sua cabeça na decisão contra os anfitriões suecos, que terminaria com o placar de 5 a 2 para o Brasil.

Mesmo entrando como favorita, a seleção brasileira foi surpreendida aos 4min do primeiro tempo, quando Liedholm abriu o placar para a Suécia, o que trouxe a Zagallo a lembrança do trauma do Maracanazo na Copa-1950.

"Dentro de campo, pensei na Copa de 50. Eu estava servindo o Exército como soldado e vi aquele desastre que foi a derrota do Brasil para o Uruguai por 2 a 1. Quando a Suécia fez o primeiro gol, eu pensei: 'será que vai acontecer a mesma coisa?'", disse Zagallo.

Naquele ano, o Brasil organizou a Copa do Mundo e entrou como franco favorito para a conquista do Mundial. Favoritismo esse que foi confirmado pela ótima campanha da seleção até o jogo decisivo contra o Uruguai, com quatro vitórias, um empate, 21 gols a favor e apenas quatro sofridos.

Na fase final, disputada por quatro equipes em um grupo único, o Brasil havia aplicado duas goleadas históricas sobre a Suécia (7 a 1) e Espanha (6 a 1). Chegava, assim, com a vantagem de poder empatar com o Uruguai para levar a primeira Copa de sua história.

No partida decisiva, no estádio do Maracanã, o Brasil abriu o placar com Friaça, mas sofreu a virada com gols de Schiaffino e Ghiggia, deixando a torcida incrédula.

Em 1958, no entanto, a seleção brasileira conseguiu a virada para 5 a 2 e pôde, finalmente, festejar o título de campeã mundial.

"Eu, inclusive, salvei um gol quando estava 1 a 0. O ponta-esquerda Skoglund cruzou, o Gilmar [goleiro brasileiro] escorregou, eu estava atrás e tirei de cabeça", contou o ex-jogador. "Depois desse lance, nós crescemos no jogo."

Vavá e Pelé (que marcaram duas vezes) e o próprio Zagallo foram os responsáveis pela artilharia na goleada, enterrando definitivamente o trauma de oito anos antes. Simonsson marcou o segundo e descontou para os suecos.

"Ganhamos com facilidade", admitiu Zagallo. "A seleção saiu desacreditada do Brasil e foi crescendo", analisou o ex-jogador, que entrou para a história como autor do penúltimo gol do primeiro título mundial do Brasil, seu único na Copa.

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.