]
Sim. ÉPara isso é que pedíamos isolamento e distanciamento social.
Não é que o isolamento vai evitar ter o vírus. Você só vai sair disso o dia em que as pessoas pegarem a doença e tiverem sistema imunológico [contra o vírus], ou que tiver uma vacina.
Hoje, avalia que as medidas de isolamento funcionaram?
Sim. Em São Paulo e no Rio, as três semanas iniciais [de isolamento] foram fundamentais. Foram duas semanas com taxa de isolamento acima de 70% e outra com 60%. Aquilo diminuiu a taxa de
contágio e salvou milhões de vidas.
Deu tempo de ficarem prontos hospitais de campanha e de chegarem respiradores.
Alguns estados já adotaram “lockdown” (confinamento estrito).
Sim. Em São Paulo e no Rio, as três semanas iniciais [de isolamento] foram fundamentais. Foram duas semanas com taxa de isolamento acima de 70% e outra com 60%. Aquilo diminuiu a taxa de
contágio e salvou milhões de vidas.
Deu tempo de ficarem prontos hospitais de campanha e de chegarem respiradores.
Alguns estados já adotaram “lockdown” (confinamento estrito).
Se falar de Manaus, Belém, Fortaleza, o “lockdown” vai se impor. Mas tem outros locais em que pode continuar trabalhando e aumentar gradativamente [a restrição].
O que tem que saber é qual o momento.
]
Tínhamos colocado no começo que, se passar de 80% a ocupação de leitos, tem que começar a considerar [“lockdown”].
O que tem que saber é qual o momento.
]
Tínhamos colocado no começo que, se passar de 80% a ocupação de leitos, tem que começar a considerar [“lockdown”].
Mas tem estado trabalhando com 98% e deixando o povo andar na rua.
Aí começa a morrer paciente cianótico [azulado por falta de oxigênio] porque o oxigênio não entra.
Está morrendo na UPA, em casa, e não tem vaga de CTI. 1 8
Aí começa a morrer paciente cianótico [azulado por falta de oxigênio] porque o oxigênio não entra.
Está morrendo na UPA, em casa, e não tem vaga de CTI. 1 8
O presidente anunciou que vai mudar o protocolo de uso da cloroquina também para casos leves da Covid-19.
Há riscos?
Toda droga carrega seu risco. No caso desse vírus, tem defensores para tudo, ivermectina, corticoide com uso precoce, heparina, cloroquina, coquetel retroviral. Nenhuma se impõe e nenhuma consegue satisfazer. Sabemos que, se não fizer absolutamente nada, se você tem 25 anos, é saudável e tiver a Covid, teria 99% de probabilidade de ter uma forma leve e sair bem. Se eu te tratar com a fita do Senhor do Bonfim e cloroquina, teria 99% de chance.
Com camisa do Botafogo e cerveja preta, também. Se tiver com 68 anos, aí teria mais chance de complicar.
Falaram: “então vamos testar”. Começaram a testar [a cloroquina] pelos graves que estão nos hospitais. Do que sei dos estudos que me informaram, e não concluíram, 33% dos pacientes que estavam em hospital, monitorados com eletrocardiograma contínuo, tiveram que suspender a cloroquina porque deu arritmia que poderia levar a parada [cardíaca].
Esse número assustou, é alto.
Há riscos?
Toda droga carrega seu risco. No caso desse vírus, tem defensores para tudo, ivermectina, corticoide com uso precoce, heparina, cloroquina, coquetel retroviral. Nenhuma se impõe e nenhuma consegue satisfazer. Sabemos que, se não fizer absolutamente nada, se você tem 25 anos, é saudável e tiver a Covid, teria 99% de probabilidade de ter uma forma leve e sair bem. Se eu te tratar com a fita do Senhor do Bonfim e cloroquina, teria 99% de chance.
Com camisa do Botafogo e cerveja preta, também. Se tiver com 68 anos, aí teria mais chance de complicar.
Falaram: “então vamos testar”. Começaram a testar [a cloroquina] pelos graves que estão nos hospitais. Do que sei dos estudos que me informaram, e não concluíram, 33% dos pacientes que estavam em hospital, monitorados com eletrocardiograma contínuo, tiveram que suspender a cloroquina porque deu arritmia que poderia levar a parada [cardíaca].
Esse número assustou, é alto.
Alguns médicos falaram que “não, a cloroquina tem que usar no primeiro dia para evitar complicação”.
E aí você começa a ter um problema. Se todos os velhinhos tiverem arritmia, vão lotar o CTI, porque tem muito mais casos de arritmia que complicação de Covid.
E vou ter que arrumar CTI para isso, e pode ser que morra muita gente em casa com arritmia.
E vou ter que arrumar CTI para isso, e pode ser que morra muita gente em casa com arritmia.
Por isso falei que ia adotar para os [casos] graves e gravíssimos em hospital, e fora do hospital o médico assistente que decida e corra o risco.
O que o presidente quer é que o ministério faça como se fosse uma prescrição, para que em todas as unidades de saúde, mesmo sem confirmação da Covid, seja entregue a cloroquina.
O que o presidente quer é que o ministério faça como se fosse uma prescrição, para que em todas as unidades de saúde, mesmo sem confirmação da Covid, seja entregue a cloroquina.
Tudo baseado nessa coisa de que um médico falou: ‘acho que é bom’.
Mas ninguém colocou no papel, ninguém demonstrou.
A [médica Nise] Yamaguchi é uma que, quando você pergunta ‘onde está escrito isso?’, fala: ‘é a minha impressão’.
O que leva à campanha pela cloroquina?
A ideia de dar a cloroquina, na cabeça da classe política do mundo, é que, se tiver um remédio, as pessoas voltam ao trabalho.
É uma coisa para tranquilizar, para fazer voltar sem tanto peso na consciência.
Se tivesse lógica de assistência, isso teria partido das sociedades de especialidades [não do presidente].
Mas ninguém colocou no papel, ninguém demonstrou.
A [médica Nise] Yamaguchi é uma que, quando você pergunta ‘onde está escrito isso?’, fala: ‘é a minha impressão’.
O que leva à campanha pela cloroquina?
A ideia de dar a cloroquina, na cabeça da classe política do mundo, é que, se tiver um remédio, as pessoas voltam ao trabalho.
É uma coisa para tranquilizar, para fazer voltar sem tanto peso na consciência.
Se tivesse lógica de assistência, isso teria partido das sociedades de especialidades [não do presidente].
or isso não tem gente séria que defenda um medicamento agora como panaceia.
O Donald Trump [presidente dos EUA] defendeu a cloroquina, mas voltou atrás e parou. Nos EUA, isso gera processo contra o Estado.
Aqui no Brasil não, se morrer, morreu.
Para mim foi isso que fez com que o Teich falasse:
‘Não vou assinar isso. Vai morrer gente e ficar na minha nota’
Nenhum comentário:
Postar um comentário