quinta-feira, 9 de abril de 2020

Brasil fecha contrato para comprar 6,5 mil respiradores nacionais com entrega em 90 dias, diz Mandetta Ministro da Saúde disse que compras previstas da China não estavam se confirmando e busca alternativa nacional. Por G1 08/04/2020 20h39 Atualizado há 8 horas Mandetta: empresas intensificam fabricação de respiradores no Brasil O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse nesta quarta-feira (8) que as "compras da China não estão se confirmando" e que o Brasil fechou contrato com fabricante nacional para produção de 6,5 mil respiradores em 90 dias com a empresa MagnaMed. "As compras da China estão todas não se confirmando. Estamos abrindo um novo processo de compra", disse Mandetta. “Materializamos uma ação que começou com 45 dias e é extremamente complexa, que é fazer a indústria nacional disparar a produção em tempo reduzido. Temos quatro empresas que produziam uma pequena quantidade de respiradores, bem limitada. Uma delas tinha capacidade de fazer 400 [respiradores] até o fim do ano. Nós a redimensionamos”. De acordo com o ministro, grandes empresas brasileiras estão ajudando no adiantamento de recursos para tentar garantir uma produção interna mais rápida. Além dos 6 mil respiradores previstos em 90 dias, há, ainda, mais três outras empresas que devem reorganizar sua produção. Dois mil respiradores deverão chegar ainda neste mês. Ao todo, o projeto de produção nacional dos respiradores planejado pelo Ministério da Saúde prevê 14 mil unidades, sendo 7 mil respiradores de UTI e 7 mil de transporte. O custo estimado, segundo Mandetta, passa de um bilhão de reais. Incerteza com a China O ministro já demonstrava alguma incerteza com relação a compras de respiradores negociada com a China. Há uma semana, na quarta-feira (1º), havia anunciado uma "possível compra" de 8 mil respiradores do país, com o prazo de 30 de dias para a entrega. Segundo ele, o número conseguiria "acalmar as capitais". "O cenário muda nos respiradores, porque 8 mil respiradores, eu acalmo SP, MG, RJ. Acalmo as capitais. A coisa anda", disse à época. Mesmo assim, o ministro disse não ter como garantir as aquisições de produtos chineses: "(Mas) eu não quero vir aqui e falar: 'Eu tenho tanto. Está comprado'. Está havendo uma quebra entre o que você compra, assina e o que, efetivamente, você recebe". "Às vezes chegam pessoas e falam para quem vendeu: 'olha, você vendeu por quanto? vendeu por 10. E a multa? É tanto, 20%. Bom então tá, então eu pago a multa, pago os 10 e pago mais tanto para você vender pra mim'. Então a coisa está dessa maneira", explicou Mandetta na quarta-feira (1º). Máscaras e os EUA O ministro da saúde também informou nesta terça-feira (7) que irá adquirir toda a produção de máscaras da fábrica da 3M no Brasil, uma das principais empresas do setor. Máscaras do tipo N95 produzidas pela 3M nos Estados Unidos — Foto: Reuters/Nicholas PfosiMáscaras do tipo N95 produzidas pela 3M nos Estados Unidos — Foto: Reuters/Nicholas Pfosi Máscaras do tipo N95 produzidas pela 3M nos Estados Unidos — Foto: Reuters/Nicholas Pfosi "Hoje eu fiz um call com a empresa 3M. A gente vai adquirir a capacidade de produção total dessa fábrica aqui no Brasil. A gente imagina que vai conseguir ter 1,5 milhão até 1,8 milhão de máscaras para o nosso mercado confirmadas no mês de abril. Depois, no mês de maio e, depois, no mês de junho. Quer dizer, a gente vai ter abastecimento razoável", disse Mandetta. O anúncio ocorreu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizar que poderia embargar toda a produção para o uso exclusivo do país. Mesmo com essa declaração de Mandetta sobre as máscaras, até esta segunda-feira (6), a 3M havia afirmado ao G1 que ainda não tinha como informar se o Brasil seria afetado pela ordem do presidente americano. Na semana passada, Trump invocou a Lei de Produção de Defesa para obrigar a 3M a produzir e vender máscaras N95 para os Estados Unidos na quantidade que o governo julgar necessárias. A lei, dos anos 1950, permite o direcionamento da produção das empresas privadas e foi criada na época porque os americanos temiam problemas de abastecimento durante a Guerra da Coreia. Trump pediu ainda que a 3M parasse de exportar o produto para o Canadá e a América Latina. A companhia respondeu que a medida teria implicações humanitárias significativas e que poderia trazer retaliações de outros países. Sem se sensibilizar, no sábado (4) o presidente dos EUA voltou a defender a retenção de toda a produção em seu país: "Precisamos das máscaras. Não queremos outros conseguindo máscaras. É por isso que estamos acionando várias vezes a Lei de Produção de Defesa. Você pode até chamar de retaliação porque é isso mesmo. É uma retaliação. Se as empresas não derem o que precisamos para o nosso povo, nós seremos muito duros." Trump aciona lei de guerra para garantir que a produção de máscaras fique no país Em resposta a 3M afirmou que ampliou sua produção e que está fabricando o maior número possível de máscaras N95 nas últimas semanas e meses. Em um comunicado divulgado no domingo, a empresa disse que “A 3M continuará a maximizar a quantidade de máscaras que podemos produzir para os heroicos profissionais da saúde nos EUA e no mundo, como fizemos desde janeiro, quando a crise global começou”. Nesta segunda (6) a 3M ainda anunciou que vai importar 166 milhões de mascaras nos próximos 3 meses nos EUA, principalmente de sua fábrica na China, para ajudar a corresponder à demanda do mercado americano.


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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.