terça-feira, 28 de abril de 2020


A trajetória de Agripino Magalhães, contada por ele mesmo ao Diário Corumbaense Dlario Corumbaense  

Em 2018, o mestre cururueiro


 Agripino Magalhães, que faleceu[ nestCe domingo (26), completou um século de vida. 

Na época, o Diário Corumbaense

 publicou uma reportagem contando um pouco da história desse grande ícone da cultura 

sul-mato-grossense. 

Em homenagem ao legado do seu

 Agripino, estamos republicando a matéria da jornalista Lívia Gaertner e o vídeo do quadro "História de Nossa Gente" exibido pelo Diário em 2013.

Em 11/06/2018 Por Lívia Gaertner

 mestre cururueiro da região de Corumbá e Ladário, Agripino Magalhães Soares completou, nesta segunda-feira, 11 de junho, 100 anos de idade. 

Nascido em Poconé no ano de 1918, mudou-se com a família em seus primeiros anos de vida para Várzea Grande, ambas cidades no Estado vizinho de Mato Grosso, até que ainda muito jovem pegou uma lancha em Cuiabá com destino a Corumbá, em Mato Grosso do Sul, estado que veio a se criar posteriormente, e onde fixou moradia até os dias atuais como o próprio relatou em um dos episódios da série História da Nossa Gente, produzida pelo jornal Diário Corumbaense no ano de 2013. 

Aposentado como estivador, Agripino conta ter aprendido o ofício com o avô e feito mais de 300 violas de cocho, sempre seguindo os padrões e as superstições que regem a fabricação do instrumento, cujo modo de fazer é registrado como patrimônio cultural imaterial do Brasil. 

Com mais de 70 anos de casado, Agripino tem 12 filhos e mais de 30 netos e bisnetos, mas nenhum de seus descendentes aprendeu a tocar o instrumento. 

O cururueiro é uma das únicas pessoas vivas no Estado de Mato Grosso do Sul aptas a construir artesanalmente uma viola de cocho, feita a partir de um tronco de madeira inteiriço. 

A viola é o principal instrumento utilizado para tocar cantigas que acompanham as danças típicas: cururu e siriri, que são apresentadas em festas tradicionais e festejos religiosos de regiões do Pantanal. 


Um dos saberes fundamentais para a fabricação da viola é que a árvore seja cortada na lua minguante, se isso não for feito, a madeira fica cheia de furos. 

Depois de escavado em forma de viola, o tronco recebe um tampo, o cavalete, as tarraxas e as cinco cordas. 

A viola de cocho tem cerca de 70x25 cm de dimensão com 10 cm de espessura. 

Agripino conta ainda que as cordas eram de tripas de animais, como bugio, bode e quati. 

A prática foi proibida, e hoje as


 cordas são de náilon mesmo. 

“O seo Agripino Magalhães 


é, verdadeiramente, um ícone da cultura local. 

Não é possível falar de Cururu ou 

Siriri sem fazer menção ao mestre violeiro. 

Parafraseando seus ensinamentos, o sujeito cururueiro é aquele que tem que saber fazer sua própria viola de cocho, deve saber encordoá-la e, ainda, deve compor suas próprias modas e tocá-las. 

E o Mestre Agripino sempre deu provas, com louvor, do merecimento do título de cururueiro. 


Sua liderança, frente aos grupos locais, sempre foi eficaz para a continuidade da existência dessa manifestação cultural no Pantanal sul-mato-grossense, não raras vezes pudemos presenciá-lo em rodas de Cururu e tocadas de Siriri, direcionando os companheiros e os mais jovens”, comentou a este Diário, José Gilberto Rozisca, mestre em Estudos de Linguagens pela UFMS, onde desenvolveu pesquisa socioetnolinguística para o fazer do Cururu praticado em Corumbá e Ladário. Reconhecimento Em 2017, Seo 

Agripino, como popularmente é conhecido na região, recebeu pela segunda vez o reconhecimento do MinC – Ministério da Cultura com o título de Mestre da Cultura Popular, no contexto da 5ª edição do Prêmio Culturas Populares: Leandro Gomes de Barros. 


Neste mesmo ano, recebeu a Medalha “Conceição dos Bugres”, outorgada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. 



O cururueiro também venceu, em 2009, o Prêmio Culturas Populares, realizado pela Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, que lhe certificou o título de Mestre do Saber. 


No ano de 2008, Seo Agripino foi homenageado no 5º Festival América do Sul (FAS), por ser um colaborador nato à cultura corumbaense e pantaneira. Veja o vídeo produzido pelo projeto "História da Nossa Gente", em 2013 por este Diário, contando a história de vida do mestre Agripino. 

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Quem sou eu

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.