quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Mas por que o Brasil e o mundo querem um pedaço da Antártica? 


Mas por que o Brasil, assim como outros países do mundo, querem um pedaço da Antártica?


Fatores geopolíticos, econômicos, ambientais e científicos explicam tamanho interesse pelo continente gelado. 


A Antártica é o continente mais inóspito do planeta e possui mais de 90% do seu território coberto de gelo. 


Com 13 milhões de quilômetros quadrados, é maior do que a Oceania e do que a Europa. A título de comparação, caberia um Brasil e meio dentro do Antártica. 


O gelo armazenado na região totaliza 25 milhões de quilômetros cúbicos ou 70% da água potável do planeta. 


São mais de 170 tipos de minerais e grandes lençóis de gás natural. 


Além disso, diferentemente de outros continentes do mundo, a Antártica não tem países. 


Também não há uma população nativa. 


Ou seja, não tem dono. 


1. Importância geopolítica 


Como tudo sem dono, não demorou muito para que algumas nações passassem a reivindicar soberania sobre o território. 


No início do século 20, começaram os impasses sobre tomaria conta da Antártica. 


Sete países — Nova Zelândia, Austrália, França, Noruega, Reino Unido, Chile e Argentina — passaram a pleitear partes do continente gelado, sendo que três deles (Reino Unido, Chile e Argentina), áreas parcialmente coincidentes. 


Em 1959, 12 países, incluindo Estados Unidos e União Soviética, firmaram o chamado Tratado da Antártica. 


Pelo acordo, os países signatários concordavam em suspender as querelas sobre a divisão do continente. 


Também preconizava que, até que uma solução fosse encontrada, o continente seria usado para fins de pesquisas científicas por todos, desde que respeitados alguns limites, como a proibição de instalação de bases militares, testes de armas, explosões nucleares ou eliminação de resíduos radioativos. 


Atualmente, mais de 50 países fazem parte do tratado. 


O Brasil aderiu ao acordo em 1975 e, nove anos depois, em 1984, estabeleceu a Estação Comandante Ferraz. 


No caso brasileiro, a questão política estratégica é ainda mais importante porque a principal rota para acesso ao continente antártico passa pelo Atlântico Sul. 


Com a maior costa atlântica do mundo, o país "acompanha com especial atenção essa região, na qual se encontram sua fronteira marítima e suas rotas comerciais, turísticas e de comunicação", assinala um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), publicado em 2018. 2. 


2. Importância ambiental 


Além de ter mais de dois terços das reservas de água doce do mundo, a Antártica desempenha um papel importante na manutenção do equilíbrio de calor da Terra. 


Em outras palavras: ajuda a amenizar o aquecimento global. 


Foto da TV Globo mostra pássaro avistado na Ilha Rei George, na Antártica, onde foi inaugurada a estação brasileira de pesquisas no continente gelado.  


Além disso, as águas que cercam a Antártica são parte essencial da chamada "Correia Transportadora Oceânica", um cinturão formado pelas correntes oceânicas que percorre todo o planeta. 


Sem a ajuda dos oceanos ao redor da região, as águas da Terra não circulariam de maneira equilibrada e eficiente. 


No caso do Brasil, o que acontece na Antártica influencia diretamente seu clima, devido à proximidade entre o continente e a América do Sul. 


Milhares de espécies também habitam a região, como pinguins, por exemplo. 


3. Importância econômica Especialistas estimam que a Antártica possa ter uma reserva de 200 bilhões de barris de petróleo, muito maior do que a de alguns países do Oriente Médio, como Kuwait e Emirados Árabes Unidos. 


O petróleo antártico é extremamente difícil de ser alcançado e, no momento, proibitivamente caro para extrair. Em 1991, o Protocolo de Madri baniu por 50 anos a exploração mineral no continente antártico. 


Contudo, o temor é que, quando chegar o momento da renovação do acordo, o mundo possa estar desesperado por energia e a Antártica acabe se tornando o novo "eldorado" do petróleo. 


4. Importância científica 


Uma ampla variedade de pesquisas científicas está em andamento na Antártica. 


Sendo assim, manter uma base no continente gelado é importante para realizar pesquisas em condições extremas e entender melhor o funcionamento do planeta. 


Segundo especialistas, o continente gelado é uma espécie de "registro" de como era o clima do nosso planeta nos últimos 1 milhão de anos. 


A região também revela muito sobre o impacto da atividade humana na natureza. 


Em 1985, por exemplo, cientistas da British Antarctic Survey (BAS, na sigla em inglês) descobriram um buraco na camada de ozônio sobre a Antártica. 


O buraco é resultado do dano à atmosfera causado por produtos químicos fabricados pelo homem. 


O buraco na Camada de Ozônio foi identificado por cientistas nas instalações — da Base Halley VI, mantida pelo Reino Unido há 54 anos.



Especialistas também veem a Antártica como uma nova fronteira para a descoberta de medicamentos. 


Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o microbiologista Luiz Rosa, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, falou sobre o primeiro experimento realizado na nova estação. 


Ele coletou fungos do ar da Antártica. 


"São penicílios, produtores de penicilina. 


Eles dominam aqui na Antártica. 


Existem várias colônias, linhagens selvagens, espécies novas que podem produzir novas penicilinas. 


As bactérias vêm demonstrando resistência aos antibacterianos atuais, então é muito importante estudar e buscar novos antibióticos", disse ele ao jornal. 


Até astrobiólogos, que estudam a possibilidade de vida fora da atmosfera da Terra, analisam materiais encontrados na Antártica. 


Em 1984, um meteorito de Marte foi encontrado na Antártica. 


Eles descobriram que as marcas neste meteorito eram semelhantes às marcas deixadas pelas bactérias na Terra. 


Se este meteorito, com milhões de anos, realmente tiver restos de bactérias marcianas, seria a única evidência científica de vida fora da Terra.




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Quem sou eu

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.