O que se sabe sobre a resposta imunológica contra a covid-19
Nem sempre o corpo se defende com anticorpos, detectados nos exames; nos casos mais leves a resposta imunológica celular é a mais presente
- SAÚDE
Aline Chalet, do R7*
Algumas pessoas não estão produzindo anticorpos contra a covid-19.
Para essas pessoas, a defesa está sendo feita por meio da resposta imunológica celular, afirma o pediatra Renato Kfouri, diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).
Para essas pessoas, a defesa está sendo feita por meio da resposta imunológica celular, afirma o pediatra Renato Kfouri, diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).
“Isso acontece, principalmente, nos casos leves.
Mesmo quando há a produção de anticorpos, eles caem rapidamente.
E os exames não são capazes de identificar a resposta imune celular, apenas a quantidade de anticorpos.”
O pediatra explica que, para qualquer doença, o corpo possui dois tipos de resposta imune, sendo a primeira uma resposta não específica, chamada de inata, e a segunda a resposta adaptativa, dividida em imunidade celular e a humoral ou de anticorpos.
Segundo ele, a resposta inata é feita por glóbulos brancos capazes de combater o agente agressor.
Dentro dessa resposta, existem algumas células, chamadas apresentadoras do antígeno, capazes de reconhecer a parte mais agressiva do vírus, da bactéria ou de outro corpo estranho.
Dentro dessa resposta, existem algumas células, chamadas apresentadoras do antígeno, capazes de reconhecer a parte mais agressiva do vírus, da bactéria ou de outro corpo estranho.
“No caso do coronavírus, essa parte é chamada de superfície spike.
O RBD é uma parte ainda menor dessa proteína spike, onde os anticorpos grudam no vírus.”
Depois de reconhecido, o corpo começa, simultaneamente, a resposta imune celular e a humoral.
A primeira são as próprias células, especialmente os linfócitos, que combatem o agente agressor.
Já a segunda, é por meio da produção de anticorpos, proteínas que se encaixam em partes específicas do agressor para combatê-lo.
Existem ainda subtipos de anticorpos.
O IGA e o IGM são produzidos na fase mais aguda da doença.
Já o IGG é chamado de cicatriz sorológica e é produzido na fase de recuperação da doença.
“O tempo é muito variável.
Os de fase aguda ficam presentes entre 10 a 14 dias, mas em alguns casos ficam até um mês.
O que estamos observando é quanto mais sintoma, mais o corpo produz anticorpos e maior é a soro conversão.”
Kfouri afirma que a memória imunológica do corpo depende muito da doença.
Para algumas doenças, o código dos anticorpos é registrado na memória celular dos linfócitos, como se fosse uma receita de bolo.
“Os anticorpos param de ser produzidos se você não tem do que se defender, mas se você entrar em contato de novo com aquele patógeno, seu corpo vai ter uma resposta rápida contra ele e você não fica doente.
É o caso da catapora.”
É o caso da catapora.”
Cada doença possui um tempo diferente de memória.
A vacina de tétano, por exemplo, precisa ser aplicada de 10 em 10 anos, pois esse é o tempo de memória para essa doença, já a de meningite dura 5 anos.
A vacina de tétano, por exemplo, precisa ser aplicada de 10 em 10 anos, pois esse é o tempo de memória para essa doença, já a de meningite dura 5 anos.
“No caso do coronavírus, não estamos observando reinfecção, então, sabemos que em um curto prazo a memória protege.
Mas hoje, não temos como saber se as pessoas poderão se reinfectar daqui a 2 ou 10 anos.”
*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Gianini
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