sábado, 28 de março de 2020


Vitamina D e coronavírus: o que já sabemos 


Sim, a vitamina D tem papel importante na prevenção e combate ao novo coronavírus. 


Não, você não deve sair por aí comprando suplementos na farmácia. 



Veja o que dizem estudos e especialistas sobre o assunto 



Cecília Emiliana 


Eis aqui uma boa notícia segura para compartilhar no grupo de WhatsApp da família. 


Na última quarta-feira (26), pesquisadores da Universidade de Turim, na Itália, divulgaram uma descoberta importante: a vitamina D pode ser grande aliada tanto na prevenção, como no combate ao novo coronavírus, especialmente em idosos. 


Coordenada pelos professores Giancarlo Isaia e Enzo Medico, a pesquisa concluiu que o composto apresenta provável capacidade de neutralizar os danos causados pela doença nos pulmões - decorrentes de complicações respiratórias -, além de ter um papel importante na modulação do sistema imunológico. 


Comprovadamente efetiva na redução de risco de infecções respiratórias de origem viral, a vitamina também pode ser eficaz na melhora da síndrome respiratória aguda grave (SARS), provocada pelo coronavírus 



Vulneráveis 


Os cientistas italianos se dedicaram a estudar principalmente os casos de idosos frágeis diagnosticados com a COVID-19 - sobretudo hóspedes em casas de repouso que não se expõem adequadamente à luz solar. 



A maioria deles apresentava deficiência de vitamina D - condição que, de acordo com o estudo, é comum a boa parte da população Italiana. 


Com base na análise desse público e recomendações recentes da Associação Dietética Britânica, o estudo sugere que a regularização dos níveis de vitamina D no organismo pode proporcionar maior resistência à infecção pelo coronavírus. 



A publicação indica ainda que a administração intravenosa de vitamina D em pacientes infectados e com função respiratória comprometida é uma alternativa com potencial de eficácia e deve ser levada em consideração pelos médicos. 



Cuidado com a suplementação! 



O dermatologista Fábio Gontijo, no entanto, ressalta que, diante da novidade, a corrida às farmácias para aquisição de suplementos de vitamina D é altamente desaconselhável. 



De acordo com o especialista, a ingestão do nutriente por meio de comprimidos ou injeções só deve ser feita com recomendação médica, já que o excesso do composto é tão prejudicial quanto a deficiência. 



“Para jovens adultos, 20 ng/ml é a quantidade padrão. 



Uma quantidade um pouco maior - 30 ng/ml - é recomendada a pessoas do chamado grupo de risco, ou seja, idosos, gestantes, pacientes com osteoporose e outras problemas na estrutura óssea, doenças inflamatórias, e autoimunes, renais crônicos e pré-bariátricos. 



Estou falando de valores que o médico verifica por meio de exames de laboratório, quando julga necessário, né? 



O excesso de vitamina D, que a gente chama de hipervitaminose, pode levar a problemas sérios, como desordens metabólicas, cálculo renal e enfraquecimento dos ossos”, alerta. 



O profissional lembra ainda que os estudos da universidade de Turim são preliminares, ou seja, requerem maior aprofundamento a apreciação da comunidade científica. 



“O que eu recomendaria, nesse momento, é o de sempre. 



Primeiro, manter uma alimentação saudável e equilibrada, que inclua alimentos como peixes e ovos, ricos em vitamina D. 



Depois, a correta exposição solar. 


Quinze minutos de sol na palma das mãos é suficiente”, orienta. 



Sol na quarentena 



O isolamento social imposto pela pandemia de COVID-19 tem preocupado autoridades de saúde mundo afora já que, dentro de casa, a exposição das pessoas pessoas ao sol é, em tese, menor. 



E o sol é o principal ativador da vitamina D, composto fundamental no mecanismo de absorção do cálcio - fundamental para o funcionamento dos ossos. 



Segundo o dermatologista Fábio Gontijo, o Brasil é um país privilegiado quanto à exposição solar. 



Na avaliação dele, a população que cumpre a quarentena não precisa aderir a uma rotina muito diferente da que cumpre até o momento para garantir a correta recepção dos raios solares. 



“Essa é uma preocupação que cabe mais aos europeus, pessoas de países frios. 



Aqui, consideramos que até mesmo o sol que entra pela janela conta para a saúde. 



Não podemos, inclusive, nos descuidar dos cuidados em relação ao excesso de sol, que causa câncer de pele - por sinal, um tumor muito agressivo. 


Então, não se esqueçam. 


Mesmo dentro de casa, usem protetor solar. Fator 30, pelo menos”, recomenda.

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Quem sou eu

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.